21 de julho de 2014

A linda guardiã de roupinha de marinheiro

Por volta do mês passado, uma amiga veio conversar comigo, chateada porque uma outra amiga, a quem não conheço, havia dito que ela não era feminista. Eu não cheguei a entender bem o motivo, mas a discussão veio por causa de um artigo que minha amiga escrevera, sobre as heroínas femininas em videogames e em como elas poderiam crescer ainda mais.

Não acho que existam muitas regras para uma pessoa ser feminista, além de querer que mulheres sejam tratadas como seres humanos, mas esse não é um assunto que eu gostaria de discutir por agora. O que acontece é que, ao ler o artigo da minha amiga, percebi, com uma pontadinha de tristeza, que nós também diferíamos em opinião. A amizade continua, é claro, mas percebi, e comprovei no começo deste mês, que nós não compartilhamos do mesmo amor por Sailor Moon.

Minha amiga é fã de mulheres badass, tipo a Lightning de FFXIII ou a Arya de Game of Thrones. Não que ela não entenda o valor de uma Sansa Stark da vida, mas é só que não faz o tipo dela, sabem?

Eu não lembro direito do anime original de Sailor Moon, só algumas cenas específicas. Assisti quando era bem criancinha e depois em uma reprise do Cartoon Network, por volta dos 10 anos. Só fui aprender direito como é a história com o mangá, que li em 2011. Provavelmente por causa disso, meus sentimentos de apreciação a Sailor Moon Crystal são porque é a história que eu conheço em versão animada, e não há realmente o anime velho na minha cabeça para que eu possa comparar.

Muita gente usa, incluindo eu antigamente, a frase "não sou como as outras garotas". Como se garotas fossem algo ruim. Não é pouca a minha vergonha de um dia ter sido assim. Mas Sailor Moon me mostrou diferente. É um mundo sobre como garotas são incríveis por serem garotas, como amar alguém não diminui o seu valor, só te faz mais forte.

Gosto muito de Princess Princess, e recomendo para todo mundo, mas, pelo menos para mim, que vou atrás desse tipo de história, uma garota que salva outra garota já não é mais tão único. Final Fantasy XIII e o novo Tomb Raider são exemplos que consigo pensar agora. Gosto de Sailor Moon porque (esqueça o anime velho esqueça o anime velho esqueça o anime velho) o Tuxedo Kamen ama e apoia a Sailor Moon, não a salva.

Sim, há momentos em que ele a salva, assim como há momentos em que ela o salva. Eles são iguais. Mas quem tem a força, quem tem o poder para acabar com os inimigos não é o Tuxedo, é a Moon. Ele aconselha, ele cura, mas não pode ganhar sem ela. E ela, pelo menos no começo, quando ainda é jovem e ingênua demais, não pode ganhar sem ele. Um relacionamento em que os dois se amam e apoiam na luta contra o Mal, não é um sonho?

Mas o que eu realmente gosto em Sailor Moon é o traje de combate. Porque aquele uniforme de marinheiro é a roupa de batalha delas mesmo, é chamado assim quando aparecem as cenas do passado, no Reino da Lua. As Inner pintam as unhas, as Outer passam brilho labial, todas ganham uma roupa linda, sapatos maravilhosos e poder. Eu não sei explicar para outras pessoas esse sentimento, mas nunca usei esmalte na vida até os 17 anos e, quando usei pela primeira vez, me senti particularmente poderosa. E imagino que seja esse mesmo sentimento que as Sailors sentem. Só que ainda mais legal, porque elas ganham golpes de verdade!

Tem toda uma mensagem, simbólica e literal, em Sailor Moon, de que está tudo bem ser uma garota, de que os seus sentimentos são importantes, de que você é maravilhosa do jeito que é. E de que você pode crescer e ser ainda mais incrível, junto com as suas amigas, amigos e amor.

Ouvindo: Red Light - f(x)

30 de abril de 2014

Sou sempre uma dancing queen

Vi um post no tumblr em que a pessoa comentava que, depois que você faz 17, cada ano que passa só significa que você está mais e mais distante da idade da dancing queen, e isso é muito triste.
Mas logo abaixo, outra pessoa fala "nunca te contaram? Quando você chega aos 34, você é duas dancing queens, e está tendo o melhor momento da sua vida em dobro"!

Eu ainda não tenho 34, só 21. Mas sinto, mesmo assim, que estou no meu melhor momento. Acho que o tempo na Coreia longe de todo mundo me deixou mais... agradecida pelas coisas? Foi um ano maravilhoso e eu adoraria repetí-lo, mas também foram dias marcados por uma certa solidão.

Por causa dessa solidão, cada amigo agora é extremamente precioso, mas ao mesmo tempo eu já não tenho mias necessidade de falar com as pessoas constantemente. O que estou querendo dizer é que eu aprecio muitíssimo cada amigo com quem posso chegar de repente "ei, tu viu aquilo?" e conversar como se nos falássemos todos os dias.

Quando paro pra pensar, eu tenho uma vida muito boa. Eu tenho amigos maravilhosos e posso ler, ouvir, assistir e jogar coisas incríveis. Sou grata por ter nascido nesta época e neste mundo, onde tantas coisas boas me rodeiam. Eu sei que nem tudo é perfeito, mas prefiro ter uma visão positiva das coisas e continuar me esforçando!

Ouvindo: Super Trouper - ABBA

15 de março de 2014

Pensamento aleatório

É uma sensação engraçada voltar às suas raízes, às coisas que você gostava ou que fazia, mas perceber que lá dentro você mudou sim, porque já não tem mais a negatividade de antes, os medos bobos de antes.

Você percebe que cresceu. Ou pelo menos mudou. Mudou para algo que gosta.

25 de fevereiro de 2014

Mini-post [?]

Perdi a contagem de quantos mini-posts já existiram. Quando estiver em uma casa com internet mais estável, vou checar e aí edito.

Hoje, vou embora da Coreia, dar uma passeadinha no Japão e finalmente chegar em casa... A minha vida de brincadeirinha, que tanto parecia real, vai acabar.

Mas eu não estou triste e, até agora, não chorei. Só tenho medo de como as coisas vão estar. Será que vai estar tudo onde deixei? Eu sei que o mundo não para só porque eu não estou nele... Então, como estará a minha família? Os meus colegas? Dá um medinho... Mas acho que, tendo viajado para o outro lado do mundo e voltado, não posso mais me dar o luxo de ser medrosa.

5 de janeiro de 2014

Isto é um post

Eu tenho uma pequena obsessão por fazer as coisas com uma certa frequência. Isso é algo que me persegue desde que me entendo por gente, e nunca tive vontade de acabar com ela. Em certas maneiras, ela me é muito útil, mas também me traz uma carga de estresse na minha vida e, no fim do ano passado, eu simplesmente joguei tudo pro ar.

Ninguém notou, aparentemente, mas eu não postei nada em Dezembro, quebrando a minha regra de fazer pelo menos um post por mês. Se você for olhar agora nos arquivos, vai ver que há sim um post lá, mas também vai perceber que ele não é um post em si. É que eu fiquei com medo de aquele espaço vazio em Dezembro me atormentar o suficiente pra eu não conseguir continuar, e eu não quero nunca desistir do Cookie.

O que rolou neste último mês, então? Como eu já falei no primeiro parágrafo, minha obsessão por fazer coisas diariamente/mensalmente me estressam um pouco. Juntando com o desânimo gerado pela anemia (eu já estou bem, obrigada) e outros fatores que não me lembro agora, eu percebi que havia transformado o ato de postar no meu querido blog um trabalho chato que eu precisava ficar lembrando todo santo final de mês, e não algo que eu goste de fazer. Eu fiz a mesma coisa com Animal Crossing New Leaf, quando, em vez de simplesmente continuar jogando, eu voltei a todos os dias do jogo que perdi para fazer uma certa tarefa diária.
Eu transformei não só duas, como várias coisas que gosto, em obrigações. E ninguém gosta de obrigações, não é? Quando percebi o que havia acontecido, resolvi chutar o pau da barraca. Se eu não poderia experimentar algo novo no final do ano, quando poderia? Então resolvi não fazer nada que costuma ser da minha rotina. Eu até parei de tuítar tanto. No meio dessas coisas todas, o Cookie ficou num cantinho. E, por obstinação demais da minha parte, eu resolvi não postar naquele mês.

Resultado final da coisa? Eu não gostei. Foi um mês extremamente estressante, a falta dessas pequenas coisas que já estão tão arraigadas na minha vida me incomodava mais do que a obrigação de fazê-las. Pode ser um jeito meio estranho de viver a vida, mas é o meu e eu o adoro. A maioria das pessoas não gosta de rotina e muita gente não gosta de obrigações, mas eu amo as minhas pequenas tarefas diárias. Pelo menos agora posso dizer que tentei algo diferente, não é?

Eu não sou muito boa em fazer balanços de final de ano, semestre, ou mesmo mês. Eu gosto de escrever aqui exatamente porque, através dessas palavras, mesmo que eu não esteja falando dos acontecimentos, eu consigo lembrar o que me houve nessa época, o que me levou a escrever o que escrevi.
Mas se fosse pra tentar falar sobre 2013, eu resumiria na lição que tirei desse experimento: eu adoro ser eu mesma. Eu preciso ser eu mesma para ser feliz. Eu preciso gostar das coisas que gosto, e gostar delas sem um pingo de vergonha e com total dedicação. Botei na cabeça que, por estar em um lugar diferente, eu deveria aproveitar para tentar ser uma pessoa diferente e melhor, mas tudo o que isso me trouxe foi dor de cabeça. Não estou dizendo que eu não tenha falhas ou que não quero melhorá-las, mas sim que eu não posso ser uma pessoa diferente.

Aquilo que faz eu ser quem eu sou, eu não posso mudar isso. Não por comodismo da minha parte, mas porque eu não sou capaz de conviver comigo sendo uma pessoa que não seja eu. Mas e aquele estresse inicial? É outra lição que aprendi aqui. É meio engraçado porque não é algo que eu aprendi a partir dos coreanos, mas sim contra eles. Porque eu aprendi que devo relaxar mais. Fazer essas pequenas coisas diariamente, mas, se não for possível fazer em algum dia, balançar os ombros e dizer "tudo bem".

Acima de tudo, quero fazer o que eu gosto, e fazer por amor. Não ficar me pressionando, ir com calma, no meu ritmo. Céus, que saudade de fazer as coisas no meu ritmo!

Eu tinha planejado um post de "ação de graças" para Dezembro, na verdade. Tinha uma leve ideia de como funcionava esse feriado nos EUA, mas dessa vez notei a prática através de posts de amigos americanos no facebook e no tumblr. Eles faziam listas de coisas pelas quais eram gratos... Apesar da minha cabeça estar um turbilhão, muitas coisas boas me aconteceram mês passado também. Coisas boas me acontecem o tempo todo, assim como coisas ruins. É assim que a vida anda. Mas em vez de ficar me remoendo pelas ruins, devo agradecer as boas! Só que não se deve fazer isso num feriado, deve-se fazer sempre!

Talvez em algum momento deste mês eu faça minha lista de coisas a agradecer pelo ano passado... Hmmm, quero trocar este visual também, quero algo ainda mais fofo! Me sinto feliz e pronta pra começar. Acho que isso é um bom sentimento, não é?

Ouvindo: alguma música do Anamanaguchi que não sei o nome