13 de setembro de 2010

Sobre histórias e realidades

Ouvindo: It's So Wonderful - Takeharu Ishimoto
Falando com: Ninguém

Olá! Já faz um bom tempo, não? O último trimestre do ano é bem puxado para quem vai fazer vestibular, então não me sobra muito para escrever por aqui. Nem sei como vou manter minha meta de postar pelo menos uma vez a cada mês!
Muitas coisas aconteceram, mas nada de que eu queira falar agora. É que eu estava lendo Nana, sabem? Uma personagem estava falando pra outra sobre como ela nunca teve uma família e tal, e a que ouvia começou a chorar porque o ambiente familiar que era tão normal para ela poderia ser muito precioso para outras pessoas.

Não sei porquê, mas isso me fez lembrar de uma tarde de quarta-feira em que o Charlinho estava aqui. Ele vem pra minha casa nas quartas para fazermos a redação juntos. Um dos temas era bullying, então eu comecei a falar para ele do que faziam comigo. Na época eu não sofria por isso, porque já estava há muito tempo "vivendo" em um plano diferente, mas quando eu penso agora isso me parece tudo muito triste. Estar tão isolada que não consegue nem sentir uma reação ao que o fazem.
O Charlinho também falou. Apesar dos amigos, a última escola dele foi horrível. Enquanto ele falava eu só me lembrava da Mari. Quem a conhece sabe porquê. Ouvir o Charlinho contando todas aquelas coisas (calma, ninguém saiu fisicamente ferido!), lembrar do que fazem com a Mari e no que tentaram fazer comigo...
Só de escrever essas palavras eu já estou chorando, então vocês podem entender que eu não consegui fazer a redação com esse tema, né? (não se preocupem, tinha outro tema para aquele dia, então fizemos desse)

Sabem, apesar de tudo eu amo muito ir para a escola. Todos os dias me parecem únicos e eu sempre acordo na expectativa de que algo divertido possa acontecer. Mas eu sei que existem muitas pessoas no mundo para quem a escola, curso ou faculdade é um terror. Eu realmente quero que elas se divirtam. Se estão sozinhos, lá deve ser a segunda família, ainda mais acolhedora que a primeira. Se estão tristes, alguém estará lá para o animar.
Mas não é assim que acontece, não é? Nem todo mundo tem um professor para salvá-lo, como me aconteceu. Alguém para ensiná-lo a amarrar os sapatos quando ninguém tem paciência, para dizer que admira sua coragem quando você próprio se acha um covarde, alguém para dizer que você não presta mas quatro anos depois ainda lembrar do seu nome.

Eu não posso fazer nada pelas memórias ruins que o Charlinho vai sempre carregar das escolas. Não posso mostrar às pessoas como o João Guilherme é incrível e deveríamos nos esforçar para trazê-lo ao grupo. Não tenho como avisar aos colegas da Mari a pessoa adorável de quem eles estão rindo. Ou pedir para incentivarem Py a ir às aulas. Não posso realizar o significado do nome da Marim. Não posso dar amigos ao pequeno Lucas. Não posso ensinar a pequena Eu a encarar a realidade e lutar.
São tantas pessoas, tantos casos. Não há nada que eu possa fazer por eles e isso só me faz chorar. Mas ainda há o futuro, não é? Eu vou ser professora! Vou me esforçar e vou me tornar uma! Se eu estiver lá, vou poder notar o que está acontecendo e tentar ajudar!

Se eu estiver lá, posso tornar a vida escolar de alguém mais divertida, não é? Eu só precisei de alguns professores, então posso fazer isso, não?  Mesmo se você pensar o contrário, vou acreditar nisso! Eu posso e vou conseguir! Não desistirei! Ainda há tempo para eles!

Com sorte teremos um post ainda esse mês com novidades. 
Ouvindo:  O-parts -give me chance-  - Ayuko Tanka & Mai Matsuda
Falando com: Ninguém

3 comentários:

  1. Espetacular. Sério mesmo. Agora, acho que entendo um pouco mais os motivos que te fazem querer se tornar uma professora, além da afinidade. Ajudar outras pessoas a acreditarem em sí mesmas, ou mudar suas realidades de algum modo, deve ser um trabalho árduo... mas sinceramente? Acredito que você possa ser capaz! ^^

    Há amor em suas palavras, uma vontade de fazer algo muito grande de forma sincera. Eu acredito em você, de verdade. Por isso, sempre que dá, passo aqui para ver se um novo post seu saiu, Tia V. Quem sabe um dia, como professora, você não consiga inspirar seus alunos, como inspira a mim? o/

    Bem, é isso. Até a próxima! ^^

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  2. Você lembrou de mim. ;-; <3
    Sabe, eu realmente achava divertidinho ir pra escola no ensino médio também, cada ano com seus motivos. Nos primeiros dois anos, eu tive professores excelentes, divertidos e uma turma unida e igualmente divertida. Já no terceiro eu era fechado num grupo, porém os professores eram igualmente excelentes, mesmo sendo um pouco mais chatos porque a maioria da turma era chata. :/
    Num saldo, era realmente legal. Não exatamente eu acordava com vigor pra ir pra aula, mas era divertido.
    Na faculdade eu perdi isso. Perdi turma unida. Perdi professores excelentes. Perdi um ambiente decente pra ter aula (porque olha...).
    Eu realmente gostaria de achar uma faculdade onde eu me encaixasse.
    Obrigado por lembrar de mim, e desculpe por fazer o comentário fugir do conteúdo do post.
    Todos nós merecemos um lugar ao sol, não? E isso vai acontecer.
    Porque quando se quer muito uma coisa, e se merece, ela acontece, mesmo que leve semanas, meses, anos. Mas acontece.

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  3. Tanto orgulho dessa minha professorinha de Matemática :D
    Somos nós, Vivi! Vamos dar um ar de graça nas escolas <3

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